Por Lucas Lima
Esse projeto propôs criar relações e possibilidades de imersões em situações, tempos, ocasiões, falas, gestos, movimentos, diálogos contemporâneos demonstrando uma estrutura possível de novas projeções para outras realidades, diante dos fatos violentos políticos ocorridos nos últimos anos. Dado isso, buscamos sentido na efemeridade dos casos e em incorporações para presentificar personagens históricas como Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. Essa investigação contava com um cronograma de laboratórios práticos, experimentações abertas, ensaios públicos, ajustes técnicos e apresentações em eventos como o XV Enecult, no dia 01 de agosto do corrente ano. As escolhas das referências utilizadas para as leituras e das pessoas projetadas não foram acidentais. Todas as mulheres, em sua história de luta política, trabalho propunham diálogos combativos anti – racistas, contra feminicídios ou anti – lgbtt fóbicos. Não hesitamos quanto aos temas abordados, em vista de que também temos em nossas vidas marcadores sociais que determinaram e continuam determinando nossos percursos. Dessa forma, a intersecção das categorias raça, gênero, sexualidade e classe deflagrou consideravelmente sobre a criação da plataforma performática, unindo linguagens corpóreas e tecnológicas. A favor dos estudos da pesquisa, o conjunto de ações promovidas e repertórios desenvolvidos, era a fim de se entender e debater hegemonias, epistemologias e subjetividades. É importante ressaltar que nosso trabalho não foi conceituado pelas vivências pessoais de cada pessoa integrante da equipe, mas enfatizamos que as heranças culturais e problemas estruturais segregam contra as condições sociais comuns, das quais somos constituídes. Assim, a composição cênica dava sentido junto com a plateia participante, em determinados momentos, às discussões levadas a público.